TRÊS DIMENSÕES DO CONHECIMENTO:
Um jeito de aprender Espiritismo ou qualquer outra coisa. Baseado em comunicações mediúnicas do Hans, esses três fascículos apresentam um modo simples e prático de aprender e transmitir conceitos espíritas ou outros conhecimentos, que nós utilizamos nos nossos cursos espíritas e também são parte importantíssima do Projeto Filosofia Espírita para Crianças.
Acesse aqui: Fascículo 1. Fascículo 2. Fascículo 3.
Um conhecimento qualquer só se torna eficiente e aplicável
quando nós somos capazes de encontrar boas respostas para essas três perguntas.
Vejamos um exemplo:
O que são FLUIDOS, segundo o Espiritismo?
Resposta: São tipos de matéria em estado imponderável, que
têm algumas propriedades e podem assumir qualidades.
Como funcionam os FLUIDOS?
Resposta: Os fluidos se expandem, se contraem, conduzem
pensamentos, emoções e sentimentos e adquirem qualidades daquilo que conduzem;
são maleáveis, penetram e atravessam a matéria densa etc.
Para que servem os FLUIDOS?
Resposta: Levam e trazem pensamentos, emoções e sentimentos.
No mundo espiritual, eles forma roupas, objetos e outras coisas que os
Espíritos utilizam. No mundo material, servem para influenciar e ser
influenciado.
DOS CONHECIMENTOS COMO FERRAMENTAS
Rubem Alves tem uma interessante teoria sobre educação:
De que o ser humano caminha pela vida com duas caixas, uma
de ferramentas e outra de brinquedos.
As ferramentas são instrumentos úteis que nos dão o poder de
agir para melhorar nossas vidas, como os diversos saberes, as habilidades, as
técnicas. Já os brinquedos são aqueles objetos aparentemente inúteis, mas que
tornam a vida digna de ser vivida: a beleza, a alegria, a arte, a poesia, a
música, a contemplação da Natureza...
Ferramentas, então, são conhecimentos importantes para a
construção de uma vida melhor, com mais consciência, saúde e felicidade.
***
Falando em ferramentas, pense num alicate. De que serve
possuir um alicate e não saber o que ele é, como funciona e para que serve?
Quando isso ocorre, por mais que ele pudesse ajudar você a consertar coisas e
resolver problemas, ele não passa de um objeto inútil.
Agora: quais conhecimentos podem ser considerados
ferramentas úteis para nosso entendimento da vida e tomada de boas decisões,
diante do escopo de Educação Espírita?
Os princípios do Espiritismo!
A caixa de brinquedos, texto de Rubem Alves, disponível em
https://www.psicologiasdobrasil.com.br/a-caixa-de-brinquedos-por-rubem-alves
FASCÍCULO 2
Hans é um amigo espiritual que nos acompanhava em palestra e eventos para educadores, além de comparecer às nossas reuniões mediúnicas. Ele propõe que todo conhecimento útil – que pode ser usado como ferramenta – tem três dimensões, representada por três pergunta:
O QUE É?
COMO FUNCIONA?
PARA QUE
SERVE?
Já observou que quando pergunto “O que é", estou buscando uma definição ou conceito e que quem faz isso é a FILOSOFIA?
A filosofia
busca respostas que a Ciência atual ainda não consegue oferecer, usando para
isso a reflexão, a lógica, o diálogo e as inferências válidas.
Quando pergunto “como funciona?”, estou no campo da
observação e/ou da experimentação e esse é o campo da CIÊNCIA!
E quando pergunto “para que serve?”, estou pensando sobre resultados,
consequências, intenções e finalidades. Veja que isso nos remete ao terreno da
MORAL!
Os princípios do Espiritismo formam uma rede de interrelações
conceituais que compõem, para aquele que os conhece, uma solida base filosófica
e ética para a vida. E ao mesmo tempo eles integram a Filosofia com a Ciência e
a Moral, numa compreensão profunda do Universo e de nós mesmos enquanto
participantes do Universo, criaturas divinas.
A Codificação Espírita se inicia numa conceituação
revolucionária de Deus, em O Livro dos Espíritos, questão 1. Revolucionária,
por quê? Porque descarta as características
humanas que foram atribuídas ao Criador, presentes em muitas visões religiosas,
e o apresenta dotado de atributos que ajudam a conceber a infinita inteligência
bondade e justiça que se expressam nas leis naturais.
E ela continha nos oferecendo um conjunto de princípios
básicos -, os quais, uma vez conhecidos e vivenciados, geram em cada ser uma
profunda transformação pessoal e moral.
Conhecer esses princípios é o primeiro passo importante para
iniciar um profundo e sólido processo de transformação em nosso pensar, sentir
e agir.
Contudo, é preciso apropriar-se dos conceitos não apenas
intelectualmente, mas verificando as implicações e consequências. É preciso
conseguir operar com eles, pensar com eles de modo que se torne um hábito. E
aqui entra a ideia de ferramenta: pensar com os princípios é usar essas
ferramentas da forma correta para chegar a uma conclusão, solução ou resposta
que não apenas satisfaça o intelecto, mas conforte o sentimento.
Para adquirirmos não só o conhecimento, mas a possibilidade
de raciocinar e de escolher com base nos princípios do Espiritismo, precisamos
de alguns dados essenciais sobre cada um deles, os quais se resumem nas
questões propostas por Hans: O que é? Como funciona? Para que serve?
VAMOS TENTAR ISSO COM UM PRINCÍPIO?
Retomando a analogia com o mundo das ferramentas, vejamos:
de que serve possuir uma chave ou martelo e não saber o que é, como usar e que
tipo de problemas pode resolver?
De que adianta ter uma vaga noção sobre Deus (princípio
básico do Espiritismo), mas sem saber o que é, como funciona e para que serve?
Vamos então buscar na Codificação e em nossos raciocínios,
essas resposta:
Que é Deus (princípio básico)? A inteligência suprema que
causou a existência do Universo, Nada existiu antes dele, ou aquilo que
antecedesse é que seria Deus.
Como Deus (princípio básico) funciona? Deus criou dois
elementos fundamentais: espírito e matéria. Espíritos surgiram do elemento
espiritual. O elemento espiritual se liga à matéria para evoluir. Deus criou
leis imutáveis que regem o progresso de suas criaturas. Ele sempre age com
bondade e justiça, visando a evolução e a harmonia do Universo.
“Pra que serve” Deus (princípio básico)? Para que os
Espíritos tenham confiança nos processos do Universo e certeza do Bem acima de
tudo. Para que se sintam amparados por um poder superior em momentos complicados da existência, para que tenham
certeza da justiça e não queiram fazê-la com suas próprias mãos, para que se
sintam seguros sob o seu governo sábio...
Um estudo de Espiritismo que se pretenda renovador das
criaturas necessita fornecer essa base primeira, somada aos princípios da
reencarnação, livre-arbítrio, consequências naturais, mediunidade e outros,
encadeados por uma relação lógica e funcional. Esse aprendizado nos torna
realmente conscientes de nossa essência espiritual, das razões de nossos
desafios e dos meios de melhorar a nós mesmos, melhorando nossas escolhas e
nossa vida. Como conseguimos isso? Num estudo profundo e, ao mesmo tempo
prático, que nos apresente os princípios do Espiritismo como ferramentas para
uso imediato na conquista do equilíbrio e da paz íntima, que resulta em
relacionamentos melhores, lares melhores, lugares melhores...
FASCÍCULO 3
O QUE É MÉTODO DAS 3 DIMENSÕES DO CONHECIMENTO?
É uma abordagem do conhecimento que parte de três
informações básicas sobre um conceito ou um objeto da nossa realidade – o que
ele é como funciona e para que serve.
PARA QUE SERVE ESSE MÉTODO?
Esse método serve para nos capacitar a apreender
intelectualmente um conceito ou objeto e, ao mesmo tempo, conseguirmos operar
com esse conceito ou objeto.
Assim ele se torna um conhecimento prático.
Legal, Rita! A gente já entendeu até aqui.
As questões básicas propostas por Hans foram transformadas
por ele mesmo, numa das nossas reuniões subsequentes, em compreensão prática e
dinâmica dos três aspectos do Espiritismo que são inerentes a todos os seus princípios.
O que é: O campo onde as coisas se definem, correspondendo
ao aspecto filosófico;
Como funciona: O campo onde as coisas são observadas e
experimentadas, ao aspecto científico;
Para que serve: O campo onde as escolhas são feitas, ao
aspecto moral.
Essas ações são componentes da nossa vida cotidiana, O tempo
todo, estamos definindo, observando ou experimentando e, a partir de então,
fazemos escolhas. Às vezes, invertemos a ordem: primeiro observamos e
experimentamos, depois definimos para, finalmente, escolher.
E onde entram os princípios do Espiritismo?
Os princípios do Espiritismo são ferramentas que aplicamos
para pensar a vida, para compreender o funcionamento das leis divinas e para
fazer escolhas, uma vez que temos eles têm decorrências morais.
Precisamos conhecê-las com precisão e profundidade.
Precisão para entender o que esta escrita nas obras de
Kardec sem adições, achismos e interpretações pessoais.
Profundidade para chegar às suas bases na Codificação
Espírita e par compreender as suas consequências em nossa jornada terrena.
Aplicamos o conhecimento dos princípios à nossa vida prática
quando
1 percebemos a integração dos três aspectos do Espiritismo –
filosófico, científico e moral – e o modo como eles se estão presentes em nosso
cotidiano em cada percepção, ação e decisão;
2 e quando conseguimos relacioná-los aos acontecimentos e à
nossa própria postura diante deles, passando a fazer escolhas melhores.
COMO FAZER ESSA INTEGRAÇÃO DOS 3 ASPECTOS EM NOSSAS VIDAS?
A filosofia tem dois exercícios importantíssimos de
aprendizado e desenvolvimento: a reflexão e o diálogo.
Aliados à vivência prática, que oportuniza as observações e
experimentações, reflexão e diálogo criam experiência de aprendizagem, de
desenvolvimento intelectual e espiritual.
Quer dizer que podemos fazer isso internamente ou num grupo.
Em grupo, contudo, esse aprendizado costuma ser mais estimulante e produtivo.
Mas como enxergar os três aspectos quando estão misturados
numa situação ou num texto?
Aprendemos isso com a Cristina Helena Sarraf. Ela nos ajudou
a identificar filosofia, ciência e moral primeiramente, nos textos da
Codificação. E fazíamos, então, um exercício de grifar os trechos que eram
definições (filosofia), que traziam observações ou experimentações (ciência) e
os que abordavam consequências (moral).
Hans, por sua vez, propôs fazer-se um exercício, com esses
trechos grifados. Nós deveríamos verificar nos textos em estudo, dali por
diante (e na codificação) quais partes abordavam aspectos filosóficos (que contém
definições), científicos (que se referem a fatos observados) ou morais (com
análise de consequências).
Temos aqui um exemplo, texto de Gilberto (Esp.):
Hans sugeriu que recortássemos esses trechos para
organizá-los, colando em três páginas, como mostra a figura abaixo:
Quando copiamos as frases destacadas no texto e reorganizamos
em três blocos de texto (isso está muito mais fácil hoje, graças ao
Ctrl+C/Ctrl+V), temos o seguinte resultado:
Falar o que se pensa é maravilhoso. Os efeitos são
impalpáveis. Somente a resposta amorosa é digna dos que intentam se inscrever
na escola do Mestre.
Existe a palavra que derruba e a palavra que levanta, a que
fere e a que desperta.
(O falar) tem de vir acompanhado do cuidado ao falar. Nos
sentimos no direito de atingir o outro que não conhecemos e que não podemos
julgar, com palavras. É preciso cautela para não cair nas armadilhas do
orgulho, respondendo à agressão com agressividade.
Fazendo isso, apreendemos o significado do texto e o seu
sentido prático. Nós nos apropriamos dele de modo a não só entender o que as
palavras significavam, mas também como participam de nossa experiência humana.
Você está convidado (a) a fazer suas próprias experiência e
observações sobre esse método. Espero que ajude você imensamente!
Grata pela atenção Rita Foelker
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Obrigada por sua mensagem. Será publicada após aprovação.